PRÓPRIO:
use camisinha.
Dia Mundial de Luta x AIDS (1º dezembro)
direitos autorais de prosa, poesia e imagens: Priscila Prado
(salvo expressa diversa referência )
(salvo expressa diversa referência )
quarta-feira, 1 de dezembro de 2010
terça-feira, 9 de novembro de 2010
quinta-feira, 28 de outubro de 2010
FUNÂMBOLA
Beleza é bálsamo. E antídoto.
Deixar-se tocar pela beleza
que nos chega através dos sentidos – todos –
nutre o “milagre” do equilíbrio.
Partilho com vocês uma gota de poesia:
PATRIZIA LAQUIDARA, cantora, poetisa, compositora,...
que esteve em Curitiba na semana passada:
WWW.patrizialaquidara.it
No link:
http://www.youtube.com/watch?v=Z8NX5YUdI1Q
você ouve a música “O Equilíbrio é um Milagre”:
(veja tradução da letra na postagem anterior)
Ah! : funâmbolo é uma palavra em português (!),
sinônimo de equilibrista.
Deixar-se tocar pela beleza
que nos chega através dos sentidos – todos –
nutre o “milagre” do equilíbrio.
Partilho com vocês uma gota de poesia:
PATRIZIA LAQUIDARA, cantora, poetisa, compositora,...
que esteve em Curitiba na semana passada:
WWW.patrizialaquidara.it
No link:
http://www.youtube.com/watch?v=Z8NX5YUdI1Q
você ouve a música “O Equilíbrio é um Milagre”:
(veja tradução da letra na postagem anterior)
Ah! : funâmbolo é uma palavra em português (!),
sinônimo de equilibrista.
O EQUILÍBRIO É MILAGRE
Contemplo o mundo e penso, a cabeça baixa,
Sobre um fio que está suspenso
De vertigem em vertigem
Onde é mais leve o existir
É doce viver no ar
O equilíbrio é um milagre
Por um momento eu deixo a vida suspensa nos ângulos
E me abandono ao humano medo da liberdade
Volteio lento no vácuo de amor
Abro meus olhos no azul
Deste céu tão grande
Quando chega a tempestade aqui
Não me pega despreparada o vento
O equilíbrio é um milagre
Por um momento eu deixo a vida suspensa nos ângulos
E me abandono à frágil expectativa de novos perigos
Volteio lento no vácuo de amor
Abro meus olhos no azul
Deste céu tão grande
Por um momento eu vivo a vida sonhada dos anjos
E me abandono à humana certeza da fragilidade
Volteio lento no vácuo de amor que sinto dentro de mim
Neste céu tão grande
(Patrizia Laquidara)
Sobre um fio que está suspenso
De vertigem em vertigem
Onde é mais leve o existir
É doce viver no ar
O equilíbrio é um milagre
Por um momento eu deixo a vida suspensa nos ângulos
E me abandono ao humano medo da liberdade
Volteio lento no vácuo de amor
Abro meus olhos no azul
Deste céu tão grande
Quando chega a tempestade aqui
Não me pega despreparada o vento
O equilíbrio é um milagre
Por um momento eu deixo a vida suspensa nos ângulos
E me abandono à frágil expectativa de novos perigos
Volteio lento no vácuo de amor
Abro meus olhos no azul
Deste céu tão grande
Por um momento eu vivo a vida sonhada dos anjos
E me abandono à humana certeza da fragilidade
Volteio lento no vácuo de amor que sinto dentro de mim
Neste céu tão grande
(Patrizia Laquidara)
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
sexta-feira, 27 de agosto de 2010
Conexão Brasil-Gaza?
O governo brasileiro doou R$ 25 milhões à Autoridade Palestina para a reconstrução de Gaza. - Isto não é noticiário nem fofoca: é o teor da Lei n. 12.292/2010 (eu não acreditei e procurei o site do Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12292.htm )
Se isto é poético? anedótico? trágico? - você é quem decide!...
...NAS URNAS, em outubro 2010.
Se isto é poético? anedótico? trágico? - você é quem decide!...
...NAS URNAS, em outubro 2010.
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
ONÍRICO
Casualmente achei o poema abaixo,
oportuno nesta semana em que está em cartaz
o filme "A Origem" (de Christopher Nolan, com Leonardo DiCaprio).
Ainda não vi, mas a sinopse indica um filme intrigante...
e o comentário de Contardo Calligaris na Folha de SP de ontem ( http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1208201025.htm), também.
Um outro
Sebastião Uchoa Leite
(A espreita, Editora Perspectiva, SP, 2000)
(quando acordo no entressono vejo-me
como se estivesse fora de mim mesmo
é uma espécie de susto:
ali estou eu
parado como se fosse um outro
contratado para cometer um crime
quero voltar para dentro do sono
dentro do subsolo da mente
onde me jogo
e me dissolvo
e me abandono)
oportuno nesta semana em que está em cartaz
o filme "A Origem" (de Christopher Nolan, com Leonardo DiCaprio).
Ainda não vi, mas a sinopse indica um filme intrigante...
e o comentário de Contardo Calligaris na Folha de SP de ontem ( http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq1208201025.htm), também.
Um outro
Sebastião Uchoa Leite
(A espreita, Editora Perspectiva, SP, 2000)
(quando acordo no entressono vejo-me
como se estivesse fora de mim mesmo
é uma espécie de susto:
ali estou eu
parado como se fosse um outro
contratado para cometer um crime
quero voltar para dentro do sono
dentro do subsolo da mente
onde me jogo
e me dissolvo
e me abandono)
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
REFLEXÃO
Está fora
de meu alcance
o meu fim
Sei só até
onde sou
contemporâneo
de mim
(Ferreira Gullar, in Muitas Vozes)
de meu alcance
o meu fim
Sei só até
onde sou
contemporâneo
de mim
(Ferreira Gullar, in Muitas Vozes)
quinta-feira, 29 de julho de 2010
POR UM TRIZ...
por um fio
com a força toda:
é preciso toda a intensidade da leveza
para não cair da corda bamba
com a força toda:
é preciso toda a intensidade da leveza
para não cair da corda bamba
quarta-feira, 14 de julho de 2010
a insustentável leveza...
Agora é tempo de frutificarem as paineiras: estiveram floridas, encheram-se de bolotas e, agora, estão cobrindo tudo de algodão...então, aí vai - em homenagem a elas e a nós:
andar à toa
na superfície
do chão
voltar à tona
das entranhas
- insanas -
da mágoa
alçar o olhar mais acima:
o fruto da paineira tem peso
– tanto que cai
quebra
liberta
a paina, leve, flana
andar à toa
na superfície
do chão
voltar à tona
das entranhas
- insanas -
da mágoa
alçar o olhar mais acima:
o fruto da paineira tem peso
– tanto que cai
quebra
liberta
a paina, leve, flana
domingo, 27 de junho de 2010
Diversidade é nossa pátria
nosso país é o mundo:
vasto, vário, intenso
( - fronteiriço a outros mundos:
vastos, vários, intensos)
azul
sustentado em densidade de pedra, água, terra, ar
latejando sonoro, vibrante,
verde
dourada
sabedoria no secreto coração
de tantas cores tisnado que refulge
branco:
a paz
segunda-feira, 14 de junho de 2010
DIA DOS NAMORADOS
do formol da memória
assomam, em suspensão:
os namorados sem chulé
sem mau hálito
sem mau humor
sem ciúme
sem vacilo
sem cismas
sem críticas
...
(- tão jovenzinhos!...)
...
agito o frasco:
estão mortos.
assomam, em suspensão:
os namorados sem chulé
sem mau hálito
sem mau humor
sem ciúme
sem vacilo
sem cismas
sem críticas
...
(- tão jovenzinhos!...)
...
agito o frasco:
estão mortos.
sexta-feira, 11 de junho de 2010
"Meus ombros carregam o mundo...
domingo, 6 de junho de 2010
no rumo
você sabe que está no ramo certo
quando lazer
é trabalhar
você sabe que está no rumo certo
quando prazer
é caminhar
segunda-feira, 10 de maio de 2010
DIA DAS MÃES
Um choro de criança
encostou na minha alma
de criança:
Ela chamava “mãe!”,
entre soluços
- mas sua mãe não respondia.
Nem a minha.
encostou na minha alma
de criança:
Ela chamava “mãe!”,
entre soluços
- mas sua mãe não respondia.
Nem a minha.
segunda-feira, 26 de abril de 2010
A uva e o vinho
"Um homem dos vinhedos falou, em agonia,
junto ao ouvido de Marcela.
Antes de morrer revelou a ela o segredo:
- A uva - sussurrou - é feita de vinho.
Marcela Pérez-Silva me contou isto, e eu pensei:
se a uva é feita de vinho,
talvez a gente seja as palavras que contam o que a gente é."
(Eduardo Galeano, escritor Uruguaio, in: O Livro dos Abraços)
junto ao ouvido de Marcela.
Antes de morrer revelou a ela o segredo:
- A uva - sussurrou - é feita de vinho.
Marcela Pérez-Silva me contou isto, e eu pensei:
se a uva é feita de vinho,
talvez a gente seja as palavras que contam o que a gente é."
(Eduardo Galeano, escritor Uruguaio, in: O Livro dos Abraços)
domingo, 18 de abril de 2010
CORRENTEZA
suspensa em nada me sustento
escorada na qualidade da aurora
no frio tilintar da garoa cinza
o pio de ave anônima me fisga
e sustém: incômodo
anzol encravado em minha asa esquerda
O chão! O chão! - esta certeza
é o que permite respirar
na correnteza
quinta-feira, 15 de abril de 2010
DERROTA
DERROTA
Gibran Khalil Gibran
Derrota, minha Derrota, minha solidão e meu isolamento.
És para mim mais cara do que mil triunfos,
E mais doce ao meu coração do que toda a glória do mundo.
Derrota, minha Derrota, meu autoconhecimento e meu desafio,
Por ti sei que sou ainda jovem e de pés ligeiros
E que não me deixarei prender por louros murchos.
E em ti encontrei a solidão
E a alegria de ser evitado e desdenhado.
Derrota, minha Derrota, minha espada reluzente e meu escudo,
Em teus olhos li
Que subir ao trono é ser escravizado,
E ser compreendido é ser rebaixado,
(e ser alcançado beneficia apenas os outros)
E que ser dominado é alcançar a plenitude
E , como um fruto maduro, cair e ser consumido.
Derrota, minha Derrota, minha ousada companheira,
Ouvirás minhas canções e meus gritos e meus silêncios,
E ninguém senão tu me falará do bater das asas,
E da agitação dos mares,
E das montanhas que ardem à noite,
E só tu escalarás as rochas e penhascos da minha alma.
Derrota, minha Derrota, minha coragem imortal,
Tu e eu riremos juntos com a tempestade,
E juntos cavaremos tumbas para tudo o que morre em nós,
E ficaremos de pé ao sol com uma vontade indomável,
E seremos perigosos.
(publicado na edição de abril do jornal literário Rascunho)
Gibran Khalil Gibran
Derrota, minha Derrota, minha solidão e meu isolamento.
És para mim mais cara do que mil triunfos,
E mais doce ao meu coração do que toda a glória do mundo.
Derrota, minha Derrota, meu autoconhecimento e meu desafio,
Por ti sei que sou ainda jovem e de pés ligeiros
E que não me deixarei prender por louros murchos.
E em ti encontrei a solidão
E a alegria de ser evitado e desdenhado.
Derrota, minha Derrota, minha espada reluzente e meu escudo,
Em teus olhos li
Que subir ao trono é ser escravizado,
E ser compreendido é ser rebaixado,
(e ser alcançado beneficia apenas os outros)
E que ser dominado é alcançar a plenitude
E , como um fruto maduro, cair e ser consumido.
Derrota, minha Derrota, minha ousada companheira,
Ouvirás minhas canções e meus gritos e meus silêncios,
E ninguém senão tu me falará do bater das asas,
E da agitação dos mares,
E das montanhas que ardem à noite,
E só tu escalarás as rochas e penhascos da minha alma.
Derrota, minha Derrota, minha coragem imortal,
Tu e eu riremos juntos com a tempestade,
E juntos cavaremos tumbas para tudo o que morre em nós,
E ficaremos de pé ao sol com uma vontade indomável,
E seremos perigosos.
(publicado na edição de abril do jornal literário Rascunho)
sexta-feira, 9 de abril de 2010
RECONCILIAÇÃO
sol, lua, flor, estrela,...
Reconciliar-se com a vida:
olhar a beleza
- e vê-la.
(este é da adolescência...
achei que valia a pena postá-lo
porque marejou os olhos
de meu filho adolescente)
quarta-feira, 24 de março de 2010
INÉRCIA
o lado largo da curva
onde a inércia atua
a tangente seduz
e você recua
o espaço tempo exato
em que a centrípeta
enfrenta a fuga
(in "a qualquer momento AGORA", 2005, ed.da autora, p. 48)
quarta-feira, 17 de março de 2010
DIA da MULHER
Duvidosa honra, o "dia da mulher"... A propósito, o que destaco é artigo publicado na FolhaSP do dia anterior: sobre o best seller de uma menina do Iêmen que, aos 10 anos de idade, conseguiu divorciar-se e voltar a estudar. Ela tem, hoje, 12 anos. O artigo conclui: "No mês passado, os EUA anunciaram US$ 150 milhões em assistência militar ao Iêmen para o combate aos extremistas. Em contraste, enviar uma menina à escola pública custa US$50 por ano, e menininhas como Nujood podem se provar mais efetivas que os mísseis como forma de derrotar os terroristas." (artigo de NICHOLAS D. KRISTOF, originalmente publicado no New York Times. tradução de Paulo Migliacci.)
sexta-feira, 5 de março de 2010
AVESSO
Quando
arranquei
todas as máscaras,
Restou-me a face
em carne viva
Quando arranquei
todos os trajes
Restou-me a carne
o pulso, o sangue
ossos expostos
arestas vivas
Quando arranquei toda a carne
Restou-me o passo,
o pensamento
avesso latejante:
a alma viva
(Priscila Prado, jan 2010)
arranquei
todas as máscaras,
Restou-me a face
em carne viva
Quando arranquei
todos os trajes
Restou-me a carne
o pulso, o sangue
ossos expostos
arestas vivas
Quando arranquei toda a carne
Restou-me o passo,
o pensamento
avesso latejante:
a alma viva
(Priscila Prado, jan 2010)
quarta-feira, 3 de março de 2010
O ERRO CERTO
Affonso Romano de Sant'Anna
A Tabacaria e vários poemas de Fernando Pessoa têm versos demais e muitos precisariam ser reescritos.
Trechos dos Cantares de Ezra Pound são prosaicos e a rigor incompreensíveis.
Manuel Bandeira e Neruda têm alguns poemas, que façam-me o favor!
Os Lusíadas, às vezes, cansam,
quase viram prosa rimada,
tal como ocorre com partes da Eneida, da Ilíada e da Odisséia.
Alguns quadros e desenhos de Picasso nem parecem feitos por um mestre.
Stravinsky às vezes aglutina sons demais em sua pauta.
Mahler, como Brahms, faz música, às vezes inteligente demais
E um dia, pasme! ouvi algo de Mozart que não me comoveu.
Até Bach tem composições de pura habilidade.
Não é possível acertar o alvo o tempo todo
como sabe qualquer atirador.
Por que não queres aceitar
a imperfeição do meu amor?
(in "Vestígios", Rocco:2005)
A Tabacaria e vários poemas de Fernando Pessoa têm versos demais e muitos precisariam ser reescritos.
Trechos dos Cantares de Ezra Pound são prosaicos e a rigor incompreensíveis.
Manuel Bandeira e Neruda têm alguns poemas, que façam-me o favor!
Os Lusíadas, às vezes, cansam,
quase viram prosa rimada,
tal como ocorre com partes da Eneida, da Ilíada e da Odisséia.
Alguns quadros e desenhos de Picasso nem parecem feitos por um mestre.
Stravinsky às vezes aglutina sons demais em sua pauta.
Mahler, como Brahms, faz música, às vezes inteligente demais
E um dia, pasme! ouvi algo de Mozart que não me comoveu.
Até Bach tem composições de pura habilidade.
Não é possível acertar o alvo o tempo todo
como sabe qualquer atirador.
Por que não queres aceitar
a imperfeição do meu amor?
(in "Vestígios", Rocco:2005)
terça-feira, 2 de março de 2010
Cada um que abra a sua!
Também tenho minhas JANELAS:
O que tem limites estreitos
pede janelas
Janela é brecha, fresta, vão,
possibilidade
Janela por onde entrar ar, respirar
expressar-se
Um corpo precisa de janelas
para SER
in "a qualquer momento AGORA" (ed.da autora, 2005, p.64)
O que tem limites estreitos
pede janelas
Janela é brecha, fresta, vão,
possibilidade
Janela por onde entrar ar, respirar
expressar-se
Um corpo precisa de janelas
para SER
in "a qualquer momento AGORA" (ed.da autora, 2005, p.64)
Janelas de EMERGÊNCIA
Sou fã dos Quintana: o poeta e o café-restaurante que o homenageia, em Curitiba (veja o site de ambos: http://www.ccmq.rs.gov.br/; http://www.quintanacafe.com.br/).
Gosto de quase tudo o que já li do Mario Quintana - e acho que já li quase tudo!
Já ouvi quem o acusasse de ser "popular" - algo que seria um demérito para um poeta (claro que quem o acusou não era, nem de longe, tão "popular"...) - mas, ao ler o poema abaixo, penso que é muito importante que se popularizem tais "janelas", para que possamos todos respirar!
EMERGÊNCIA (Mario Quintana)
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
Gosto de quase tudo o que já li do Mario Quintana - e acho que já li quase tudo!
Já ouvi quem o acusasse de ser "popular" - algo que seria um demérito para um poeta (claro que quem o acusou não era, nem de longe, tão "popular"...) - mas, ao ler o poema abaixo, penso que é muito importante que se popularizem tais "janelas", para que possamos todos respirar!
EMERGÊNCIA (Mario Quintana)
Quem faz um poema abre uma janela.
Respira, tu que estás numa cela
abafada,
esse ar que entra por ela.
Por isso é que os poemas têm ritmo
- para que possas profundamente respirar.
Quem faz um poema salva um afogado.
quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010
quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
Profecias...
Tenho medo...você sabe: os artistas, ao terem acesso à eternidade, às vezes captam, por um viés, uma nesga, ainda que imprecisa, do futuro – e a transformam em ficção.
Provocam-nos risos e alívio, de tão inverossímeis.
Ou risos nervosos, assombrados, ante sua desconfortável verossimilhança.
Foi assim com Monteiro Lobato, que "anteviu",com margem de 200 anos, a mais recente disputa presidencial americana, entre uma mulher, um negro e um certo senhor... ('O Presidente Negro')
Ainda estamos pagando pra ver sobre as "previsões" de Ray Bradbury quanto à colonização do espaço sideral... ('Os Frutos Dourados do Sol', 'As Crônicas Marcianas')
Mas já se instalaram o limo nas áreas externas sombreadas, o bolor nos armários, o torpor nas almas: a julgar pelas chuvas que têm encharcado nossa região, temo que esteja a concretizar-se a "profecia" de Gabriel Garcia Marques – e que sejamos testemunhas, vítimas e agentes dos próximos '100 Anos de Solidão'...
Provocam-nos risos e alívio, de tão inverossímeis.
Ou risos nervosos, assombrados, ante sua desconfortável verossimilhança.
Foi assim com Monteiro Lobato, que "anteviu",com margem de 200 anos, a mais recente disputa presidencial americana, entre uma mulher, um negro e um certo senhor... ('O Presidente Negro')
Ainda estamos pagando pra ver sobre as "previsões" de Ray Bradbury quanto à colonização do espaço sideral... ('Os Frutos Dourados do Sol', 'As Crônicas Marcianas')
Mas já se instalaram o limo nas áreas externas sombreadas, o bolor nos armários, o torpor nas almas: a julgar pelas chuvas que têm encharcado nossa região, temo que esteja a concretizar-se a "profecia" de Gabriel Garcia Marques – e que sejamos testemunhas, vítimas e agentes dos próximos '100 Anos de Solidão'...
terça-feira, 23 de fevereiro de 2010
crônica a um amigo do passado
Encontrei um amigo do passado.
Ele estava num lugar totalmente inusitado,
um local em que eu jamais imaginaria encontrá-lo:
hoje.
Chamei–o por seu apelido,
mas ele custou a se reconhecer...
Quando virou-se, chamou-me por meu nome todo
e passou a se justificar por não ter me visto - ou reconhecido...
não precisava! - Reconheci-me nele, amigo do passado:
reconheci aquela que fora amiga dele
- por isto senti-me feliz de o (a) ter re-encontrado.
Perguntei, pelo nome, de sua namorada, mãe de seus filhos
- disse que estão todos bem. Citou com orgulho a profissão dela.
E a idade de seus filhos homens.
(Ganhei: os meus estão mais velhos - e belos.)
Despedimo-nos com votos de felicidades
e eu parti sorrindo, ainda -
ainda sem me lembrar do quanto me fizera sofrer
aquela adolescente que fui um dia...
No rádio do carro, Elis cantava:
senti-me jovem, feliz, transfigurada,
reconciliada comigo e meus algozes
- e, como Belchior perguntasse, "o que se faz?"
o açum-preto e Elis e eu unimos nossas vozes:
"o passado nunca mais!"
Ele estava num lugar totalmente inusitado,
um local em que eu jamais imaginaria encontrá-lo:
hoje.
Chamei–o por seu apelido,
mas ele custou a se reconhecer...
Quando virou-se, chamou-me por meu nome todo
e passou a se justificar por não ter me visto - ou reconhecido...
não precisava! - Reconheci-me nele, amigo do passado:
reconheci aquela que fora amiga dele
- por isto senti-me feliz de o (a) ter re-encontrado.
Perguntei, pelo nome, de sua namorada, mãe de seus filhos
- disse que estão todos bem. Citou com orgulho a profissão dela.
E a idade de seus filhos homens.
(Ganhei: os meus estão mais velhos - e belos.)
Despedimo-nos com votos de felicidades
e eu parti sorrindo, ainda -
ainda sem me lembrar do quanto me fizera sofrer
aquela adolescente que fui um dia...
No rádio do carro, Elis cantava:
senti-me jovem, feliz, transfigurada,
reconciliada comigo e meus algozes
- e, como Belchior perguntasse, "o que se faz?"
o açum-preto e Elis e eu unimos nossas vozes:
"o passado nunca mais!"
domingo, 21 de fevereiro de 2010
INVICTUS
Este poema inspirou Nelson Mandela
a suportar com dignidade e coragem
27 anos de prisão - de onde saiu para
ser o presidente da África do Sul,
pregando o perdão e a reconciliação.
Inspirou o filme de mesmo nome (INVICTUS),
em cartaz nos cinemas.
Que sirva de inspiração também para nós!
Invictus
Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini
Copyright © André C S Masini, 2000Todos os direitos reservados. Tradução publicada originalmenteno livro "Pequena Coletânea de Poesias de Língua Inglesa"
Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.
o original:
Invictus
by William E Henley
Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate;
I am the captain of my soul.
a suportar com dignidade e coragem
27 anos de prisão - de onde saiu para
ser o presidente da África do Sul,
pregando o perdão e a reconciliação.
Inspirou o filme de mesmo nome (INVICTUS),
em cartaz nos cinemas.
Que sirva de inspiração também para nós!
Invictus
Autor: William E Henley
Tradutor: André C S Masini
Copyright © André C S Masini, 2000Todos os direitos reservados. Tradução publicada originalmenteno livro "Pequena Coletânea de Poesias de Língua Inglesa"
Do fundo desta noite que persiste
A me envolver em breu - eterno e espesso,
A qualquer deus - se algum acaso existe,
Por mi’alma insubjugável agradeço.
Nas garras do destino e seus estragos,
Sob os golpes que o acaso atira e acerta,
Nunca me lamentei - e ainda trago
Minha cabeça - embora em sangue - ereta.
Além deste oceano de lamúria,
Somente o Horror das trevas se divisa;
Porém o tempo, a consumir-se em fúria,
Não me amedronta, nem me martiriza.
Por ser estreita a senda - eu não declino,
Nem por pesada a mão que o mundo espalma;
Eu sou dono e senhor de meu destino;
Eu sou o comandante de minha alma.
o original:
Invictus
by William E Henley
Out of the night that covers me,
Black as the Pit from pole to pole,
I thank whatever gods may be
For my unconquerable soul.
In the fell clutch of circumstance
I have not winced nor cried aloud.
Under the bludgeonings of chance
My head is bloody, but unbowed.
Beyond this place of wrath and tears
Looms but the Horror of the shade,
And yet the menace of the years
Finds, and shall find, me unafraid.
It matters not how strait the gate,
How charged with punishments the scroll,
I am the master of my fate;
I am the captain of my soul.
sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010
E o seu?
Já sou conhecida por leitores deste século, o XXI! Graças a minhas amigas, poetisas e professoras: Marilza Conceição e Deisi Giacomazzi. Marilza apresentou meu livro a seus alunos, crianças entre 8 e 9 anos de idade, estudantes de escola pública; depois me mostrou o encantador resultado: ilustrações e paródias feitas pelos alunos, tendo por mote os 'pés-de-pato'. No ano seguinte foi a Deisi: convidou-me para ser entrevistada por seus alunos, da mesma faixa etária, de escola particular, a quem apresentara este mesmo poema. As crianças fizeram suas leituras peculiares, nem todas literais.
Este blog é meu mais novo 'pé-de-pato': por isto escolhi aquele poema como primeira postagem.
E o seu?
Este blog é meu mais novo 'pé-de-pato': por isto escolhi aquele poema como primeira postagem.
E o seu?
quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010
par de pés-de-pato
comprei pés-de-pato novos
agora o jeito é usá-los:
chova ou faça sol
no seco ou no molhado
lá vou eu com meus novos calçados
as pessoas me olham de soslaio
murmuram entre dentes
viram o rosto sem conter o riso
- estou na berlinda
com meu questionável siso
todos invejam meu desembaraço(in 'a qualquer momento AGORA', ed.da autora, 2005)(autoria da foto: desconhecida)
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