Encontrei um amigo do passado.
Ele estava num lugar totalmente inusitado,
um local em que eu jamais imaginaria encontrá-lo:
hoje.
Chamei–o por seu apelido,
mas ele custou a se reconhecer...
Quando virou-se, chamou-me por meu nome todo
e passou a se justificar por não ter me visto - ou reconhecido...
não precisava! - Reconheci-me nele, amigo do passado:
reconheci aquela que fora amiga dele
- por isto senti-me feliz de o (a) ter re-encontrado.
Perguntei, pelo nome, de sua namorada, mãe de seus filhos
- disse que estão todos bem. Citou com orgulho a profissão dela.
E a idade de seus filhos homens.
(Ganhei: os meus estão mais velhos - e belos.)
Despedimo-nos com votos de felicidades
e eu parti sorrindo, ainda -
ainda sem me lembrar do quanto me fizera sofrer
aquela adolescente que fui um dia...
No rádio do carro, Elis cantava:
senti-me jovem, feliz, transfigurada,
reconciliada comigo e meus algozes
- e, como Belchior perguntasse, "o que se faz?"
o açum-preto e Elis e eu unimos nossas vozes:
"o passado nunca mais!"
direitos autorais de prosa, poesia e imagens: Priscila Prado
(salvo expressa diversa referência )
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